A vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi matematicamente confirmada com 98,86% das urnas apuradas

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, afirmou neste domingo que a eleição presidencial de 2022 foi a que teve o maior número de votos em candidatos da História do país, o que significa um baixo percentual de brancos, nulos e de abstenção. A entrevista foi feita depois da vitória declarada de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

— Encerramos esse importantíssimo momento. As eleições de 2022 com maior número de votos em candidatos da história brasileira, percentualmente e em termos absolutos — afirmou.

Questionado sobre risco de contestação dos resultados, Moraes disse que não vê risco e que a chapa de Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin será diplomada em dezembro.

— Não vislumbramos nenhum risco real de nenhuma contestação. O resultado foi proclamado, o resultado será aceito. O ex-presidente Lula e Alckmin serão diplomados em 19 de dezembro — afirmou.

Após o término do pronunciamento, Moraes recebeu longos aplausos das autoridades que acompanham a entrevista coletiva, como ministros do STF, do STJ, integrantes das missões internacionais de observação e servidores da Justiça Eleitoral.

Moraes acompanhou a apuração da sede do TSE em Brasília ao lado de autoridades. Estiveram presentes os ministros do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, Rosa Weber, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Gilmar Mendes, Edson Fachin e Ricardo Lewandowski. Apenas os ministros André Mendonça e Nunes Marques, indicados por Bolsonaro ao STF, não compareceram ao TSE para a apuração.

Além dos ministros, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o presidente em exercício do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, o Procurador-Geral da República (PGR), Augusto Aras, e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, também estiveram presentes.

Na abertura de sua fala, Moraes fez menção às autoridades presentes e agradeceu às Forças Armadas, ao conselho de comandantes-gerais da Polícia Militar e ao conselho dos chefes da Polícia Civil pelo auxílio na segurança e no transporte de urnas durante o processo eleitoral.

— Nós conseguimos concluir uma eleição extremamente polarizada, que demonstrou o aumento do número de votos em candidatos. O mais importante de tudo, nós tivemos uma eleição pacífica, tranquila, com segurança. O eleitor votou tranquilamente — disse.

A presidente do STF, ministra Rosa Weber, ressaltou que o tribunal continuará “firme e coeso” e que o TSE garantiu a legitimidade do resultado das urnas “mais uma vez”.

— Que a vitória dos escolhidos nas urnas, como expressão da vontade popular, se suceda e para tanto conclamou a todos a um esforço coletivo, e que nos irmanemos em prol da unidade, do respeito e do fortalecimento das nossas instituições — disse.

O dia de votação foi marcado por operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em todo o país, mas concentradas no Nordeste, onde ocorreram 47% delas. Mais cedo, Moraes disse que essas operações retardaram a chegada de eleitores em suas seções, mas não impediram ninguém de votar.

O ministro disse que não houve aumento da abstenção no Nordeste, inclusive nos três estados que, segundo Moraes, onde houve mais recorrências de denúncia sobre operações da PRF.

— Não houve aumento na abstenção do Nordeste, como vários estavam entendendo, em virtude de uma proliferação de notícias que serão todas elas apuradas, mas como disse anteriormente e reitero aqui, mesmo os veículos, os ônibus que foram parados, tiveram operações, todos eles não voltaram à origem,seguiram seu destino — disse.

O diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, foi ao TSE nesta tarde e se reuniu com Moraes para explicar a situação, segundo o ministro. A determinação foi que as operações fossem suspensas.

O colunista Lauro Jardim mostrou que a ação da PRF nas estradas foi articulada pelo núcleo duro da campanha de Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada na última quinta-feira.

By jonas

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